Palavras chave: Esperança. Diversidade.
Ajudar
História: Flor de maio
À beira de uma estrada, uma pequena
borboleta estava chorando, pois nasceu com um pedaço a menos em uma de suas
asas e por isso não conseguia voar.
Passava por ali, uma formiga que, ouvindo o choro da borboleta, se
aproximou e perguntou o que aconteceu. A borboleta explicou:
_ Quando eu passava de lagarta para borboleta, colocaram inseticida, veneno,
no jardim. O veneno não me matou, mas a minha asa ficou faltando um pedacinho e
eu não consigo me equilibrar. É um pedacinho importante que não me deixa
voar...O que faço?
Dona formiga ficou pensativa. Ela queria ajudar a borboleta. Cantou para
ela, pensando em alegrá-la.
Nesta hora passou uma cigarra. Era uma cigarra tocadora de violão. Ela
cantou com alegria e encantou a Formiga. Dona Formiga e a Cigarra então se
uniram para ajudar a resolver o problema de sua nova amiga. Lembraram-se de um médico e começaram a
caminhar para a casa dele. Seu nome era Doutor Faz Tudo.
Acharam um galho e fizeram uma muleta para a borboleta. Conseguiram chegar
à casa do Doutor Faz Tudo. Depois de ouvir a História da Borboleta, o Doutor lhes
disse:
_ Bem Dona Borboleta, sou médico, não faço milagres. Sei remendar,
consertar e até costurar, mas não tenho um pedaço de asa para colocar no lugar
que está faltando. Assim não posso ajudá-la.
A borboleta chorando diz: “Nunca vou voar?”
_ Não diga isso! Eu conheço um sábio que pode ajudá-la. Mas para isso, é
necessário que tenha verdadeira força de vontade, pois só assim encontrará o sábio.
Seu nome é Godofredo e ele tem um guarda: um sapo.
A cigarra repete tranquilamente:
_ Ah, um sapo...
Em seguida dá um grito:
_ O quê... UM SAPO!!!
As três caem no chão quase desmaiando.
Dona Formiga diz:
- Eu sei que o sapo é util e muito importante, mas o Senhor esquece que nós
é que somos seu alimento? Como vamos conseguir passar por um sapo?
Godofredo diz:
- Vou lhes dar uma dica. À noite o sapo adormece e vocês podem passar se
não fizerem barulho e se controlarem seu medo, pois, se ele sentir cheiro de
medo vai acordar e vai devorar vocês.
Sua missão não seria nada fácil. Apesar das dificuldades, a alegria e a
esperança nunca as abandonaram e deram força para que seguissem em frente.
Depois de muitas horas de caminhar,
chegaram à casa do sábio. Neste momento, ouviram um forte barulho. O barulho
foi aumentando... aumentando... Apareceu, então, um sapo enorme, faminto e
resmungão. Com muito medo, ficaram quietinhas aguardando o sapo dormir.
Com muita persistência, ultrapassam o temido guardião, depois que se afastaram,
comemoraram:
- Viva! Viva! Conseguimos!
É aí que encontram o Doutor
Godofredo, uma coruja muito sábia. Ele resolveu ajudá-las.
Godofredo disse: _ Eu tenho uma sugestão: há uma flor chamada Flor de maio,
tão leve que pode ajustar-se perfeitamente à sua asa. Mas ela só brota no mês
de maio. É preciso esperar... Vocês conseguem?
-Claro que sim!
Após uma longa espera, numa linda
manhã de maio, em meio a muitas flores do campo, Flor de Maio desabrochou no
jardim...
Godofredo foi até ela e falando
baixinho, explicou-lhe toda a situação e ela, delicadamente, lhe oferece uma de
suas pétalas.
Godofredo fez seu trabalho médico enquanto a Formiga e a Cigarra ficaram
rezando.
Depois de um longo tempo...
_Pronto, acabou, pode levantar!
A borboleta levanta-se com cuidado e, no jardim, aponta uma pedra:
_ Agora suba e voe...
A borboleta obedece batendo as asinhas, tentando voar, mas logo cai no
chão...
As amigas a ajudam a levantar-se.
_ Tente outra vez... Outra vez! Até conseguir, ordena Godofredo, confiante
no trabalho que realizou.
A cigarra e a borboleta contaram juntas: um, dois, três e já...E neste
momento a borboleta consegue voar, linda, divina.
_ Veja... Ela voa de um jeito diferente. Diz a cigarra.
_ Não importa, ela está voando! Viva! Viva!
_ Estou voando! Eu consegui! Obrigada minhas amigas. Obrigada, Flor de
Maio. Obrigada, Doutor. Obrigada, Meu Deus!
E todos começam a festejar, felizes e cantando.
(FURTADO, Maria Cristina. Flor de maio. São Paulo: Editora do
Brasil, 2004)
“Toda peregrinação é por si mesma dura e cansativa. Quem a empreende, o faz
pela esperança de chegar à meta” (Agostinho de Hipona).
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